Relatório mensal de dezembro

Relatório Mensal de Dezembro

As atividades referentes ao mês de dezembro estiveram direcionadas à pesquisa, na etapa da coleta de dados, no intuito de concluirmos esta etapa. Além das atividades da pesquisa e algumas do posto, participei também da confraternização de fim de ano dos funcionários do posto, a qual foi feita revelação de amigo oculto sendo um momento muito agradável em que os laços que tinha com os funcionários se estreitaram tornando as atividades e o rendimento muito mais satisfatórios.

Fizemos visitas domiciliares para realizar a etapa da coleta de dados. As visitas foram realizadas juntamente com as ACS Márcia e Ângela.

Atreladas a essas visitas realizei também consulta de enfermagem realizadas após aplicado o questionário da pesquisa, observando e analisando o estado geral de saúde dos pacientes, orientando- os sobre hábitos de vida mais saudáveis para manutenção ou melhora no quadro, tirando qualquer dúvida que eles tinham sobre o tratamento.

Uma das visitas que mais me chamou a atenção foi à residência de dois senhores idosos cujo filho que mora com eles tem 40 anos e tem problema mental. Os dois idosos são hipertensos, cujo um deles é cego (87 anos) (ficou assim em decorrência de um tombo, isso foi o que ele me relatou). Passam o dia todo sozinhos praticamente, com exceção da hora do almoço que a filha de um deles vem até a casa para fazer o almoço e lavar roupa. A responsabilidade do tratamento é inteiramente de um deles, o que tem a visão (89 anos), ele é quem dá os remédios para o irmão tomar nos horários, e também é responsável pelos dele. Durante a pesquisa, em uma das perguntas sobre sua alimentação era a quantidade de água que era ingerida, ele me relatou que tomava pouca água. Após aplicado o questionário, fiz algumas perguntas para saber o seu estado geral de saúde. Se estava tudo bem com ele, se sentia alguma dor, algum desconforto.. se urinava regularmente se tinha dificuldade, se sentia dor ao urinar.. Nas respostas ele me relatou estar tudo bem, que urinava regularmente e que não tinha dificuldades para tal, pelo contrário ele urinava até demais. Relacionando a resposta dada durante o questionário (sobre a quantidade de água tomada durante o dia que era pouca) com esta fala (cheguei a conclusão de que a ingesta de água estava diminuída pois urinava muito, e se tomasse mais água iria urinar mais). Mesmo assim indaguei-o o porquê de estar tomando pouca água. E foi exatamente esta a sua resposta, que ele já ia muito ao banheiro, se tomasse mais água ele iria mais vezes, e isso o incomodava. Diante de tais respostas, analisando a situação, os medicamentos utilizados no tratamento medicamentoso da hipertensão os quais ele faz uso do Enalapril, 20 mg, 2 vezes ao dia – e Hidroclorotiazida, 25mg, 1 vez ao dia. Sendo o hidroclorotiazida um diurético que age inibindo a capacidade do rim reter água. E que é devido ao medicamento e não à quantidade ingerida de água é que a diurese dele está aumentada. Esclareci-o portanto a importância de ele aumentar a sua ingesta de água, uma vez que o medicamento diminui a sua quantidade, e a água sendo importatíssima para o nosso bom fucionamento do organismo, para que o rim possa trabalhar bem.

Agora que ele já sabia que era o medicamento que estava fazendo com que a sua diurese aumentasse, para que desta vez ele pare de tomar o medicamento e interrompa o seu tratamento, orientei-o a cerca de como o medicamento agia no organismo - sendo o Hidroclorotiazida um diurético ele fazia com que ele eliminássemos mais água do organismo, conseqüentemente reduzindo o volume sanguíneo, diminuindo o retorno sanguíneo ao coração (diminuindo a quantidade de sangue que o nosso coração tem que bombear) acredita-se reduzir a resistência cardiovascular periférica (faz com que a pressão que o nosso sangue irá passar pelas artérias seja menor), esse é o mecanismo pelo qual o medicamento age e a pressão é controlada.

Nessa visita podemos observar claramente o desconhecimento do paciente sobre seu tratamento medicamentoso. E a falta de informações que ele tinha poderia acarretar futuros problemas de saúde devido a sua ingesta de água estar diminuída.

Estou gostando muito da experiência que estou tendo no PET- SAÚDE, de poder estar atuando na prática da minha profissão e com a população, melhorando na abordagem do paciente, como levar conversa, analisar ali no momento o seu estado clínico, as suas falas, se é verdadeira ou não, ouvindo as suas necessidades, dessa forma tentado conquistar a sua confiança para que possa ajudá-lo em determinadas dúvidas, receios e necessidades que esteja ao meu alcance.

Alessandra Carreira – Acadêmica de Enfermagem da UFMT – 5º semestre