Visitas Domiciliares Dezembro - Janeiro

O Programa Saúde da Família (PSF) do Novo Paraíso I está localizado no bairro Novo Paraíso I e atende a toda população nele inserida. É dividido em microáreas que são atendidas pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), porém uma microárea está descoberta, sobrecarregando as outras Agentes Comunitárias de Saúde (ACS), esta é a realidade de tantos outros bairros, prejudicando assim o trabalho dos médicos, porque as ACS são os olhos e os ouvidos do médico do PSF, cobrindo cerca de 170 – 200 famílias. Sendo ao todo 930 famílias cadastradas, no total de mais de 4.000 habitantes atendido apenas no PSF do Novo Paraíso I.
A atenção está centrada na família, entendida e percebida a partir do seu ambiente físico e social, o que possibilita às equipes uma compreensão ampliada do processo saúde/doença e da necessidade de intervenções, sendo este de fácil acesso à população. O trabalho é realizado por uma equipe multidisciplinar, formada por um Médico, uma Enfermeira, duas Técnicas de Enfermagem, um Recepcionista, um Digitador, e quatro Agentes Comunitárias de Saúde.
Ao todo eram para serem realizadas quinze visitas, porém dois usuários não foram encontrados em casa. Foram realizadas as visitas pela estudante de Serviço Social, estudante de Medicina, sendo acompanhada pela técnica de enfermagem Bentinha, e em alguns dias pelas Agentes Comunitárias de Saúde.
De acordo com as visitas realizadas é evidente que a maioria da população se encontra em estado de pobreza e uma pequena exceção que tem condições melhores de vida. Só há três ruas asfaltadas no bairro, portanto a maioria das ruas é de terra, algumas não contêm saneamento básico, sendo encontrado esgoto a céu aberto, aumentando o índice de doenças para a população presente nessas ruas. Em outras ruas nem sempre o lixo é recolhido com frequência, o que acarreta ainda mais nesses índices.
A maioria dos usuários são idosos que dependiam dos filhos ou vizinhos para os cuidados ao longo do dia, pois o filho trabalha fora em alguns casos. São pessoas muito humildes, vivem em casas de três cômodos, outros em cinco cômodos, nem todos possuem a sua casa própria, morando de aluguel. Alguns idosos ainda não são aposentados, recebem benefícios. A Unidade tem o papel de vigilância sanitária, por exemplo, no caso de dengue ou suspeita de dengue são acionados os agentes da dengue para inspecionar em um raio de 200 metros indícios de focos de larvas e mosquitos portadores do vírus.
Em sua maioria, eram pessoas Hipertensas, Diabéticas, outras doenças, como, Esquizofrenia, HIV, Cardíacos, Alzheimer, Câncer, Parkinson, entre outros. Três usuários eram Portadores de Necessidades Especiais (PNE’s), um vive sob os cuidados da avó, e os outros dois sob os cuidados da mãe, recebendo ajuda de outras pessoas da família, como da irmã, no auxílio da higienização. A maioria dos usuários visitados estavam acamados, o que é visível é que a higienização e os cuidados com o ente familiar está vinculada com a relação de carinho, amor e zelo do familiar que cuida do paciente.
Toda sexta-feira o Dr. Peres faz as visitas domiciliares aos pacientes, tem um vínculo muito grande com a comunidade, levando em consideração o tempo que já está na Unidade (seis anos). Nunca teve nenhum caso de óbito no PSF de gestantes ou no pós-parto, porém no geral no Novo Paraíso I, graças às pesquisas realizadas pela equipe, é o local com maior índice de hanseníase.
Essas treze visitas realizadas foram de extrema importância tanto para minha vida profissional, como também pessoal, pois houve um aprendizado imensurável vendo a realidade encontrada naquelas residências, pessoas que conseguem viver com tão pouco, sendo um exemplo de superação a ser espelhado por toda a sociedade.
E nós como estudantes de Serviço Social devemos usar como referência esse casos citados e estudar a melhor maneira para intervir e atender estes usuários dentro das suas necessidades, para assim poder contribuir com a melhoria no atendimento e nos serviços prestados pela Saúde Pública.